sábado, 20 de junho de 2015

Pão-de-ló de Alfeizerão... versão individual/‘Pão-de-ló de Alfeizerão’... versión individual

Pão-de-ló de Alfeizerão... versão individual

Pão-de-ló de Alfeizerão - individual

Pão-de-ló de Alfeizerão, uma relíquia que representa, e muito bem, a doçaria conventual portuguesa.

Costuma ser feito em formas maiores, mas como éramos só dois gulosos, fiz metade da receita original e cozi em formas individuais.

Pela sua textura, costumo dizer que é um ‘mi-cuit’ versão portuguesa. Sem chocolate, mas com o centro muito húmido, devido ao curto tempo de cozimento, e um sabor incomparável.


A conversa com T (de nacionalidade francesa) foi esta:

- Sandra, fazes Pastéis de Nata?
- Outra vez? Sempre que cá vens faço, mas este mês já fiz 3 tartes.
- Mas é tão bom...
- Sim, mas não. Está decidido. Os portugueses podem estar muito felizes contigo e agradecidos. Sabes apreciar e dás valor aos nossos Pastéis de Nata, mas chegou a altura de passares a outra coisa. Não há só Pastéis de Nata em Portugal.
- Ah?
- Vais provar pão-de-ló.
- Pardon?
- PÃO-DE-LÓ...ou o ‘mi-cuit’ português. ‘Bom, je t’expliques’...e lá tive de lhe contar uma história portuguesa em francês.

O Pão-de-ló de Alfeizerão, tal como conhecemos hoje, é um doce conventual que data do século XIX e que na verdade, surgiu da distração de uma cozinheira em stress.
‘Diz a tradição, que a receita do Pão-de-Ló pertencia às freiras do Convento de Cós e teria sido transmitida a algumas senhoras da terra que em dias de festa confeccionava esta receita original. Um dia, o Rei D. Carlos fez uma visita a esta localidade e logo chamaram uma dessas senhoras para convencionar um Pão-de-Ló para o Rei. Tamanho era o desejo de bem servi-lo, que a cozedura ficou incompleta! Ao invés do esperado, esta atrapalhação resultou num enorme sucesso que mereceu a preferência do Rei e o aplauso dos presentes. Estava, assim, descoberto o Pão-de-Ló de Alfeizerão.’

Ingredientes (4 tigelinhas de 10 cm de diâmetro):

50 g de açúcar
3 gemas
1 ovo
25 g de farinha

Aquecer o forno a 180 ºC.
Bater o ovo e as gemas com o açúcar até obter um creme forte e sedoso. (15 minutos com a batedeira elétrica).
Acrescentar a farinha peneirada, com cuidado e sem bater.
Untar 4 formas/tigelas (que possam ir ao forno )com manteiga e forrar com papel vegetal, também untado. Encher as tigelas com a massa, apenas até ¾ da sua capacidade.
Levar ao forno durante 8 a10 minutos (no meu foram 10 minutos).
Retirar do forno e deixar arrefecer.
Desenformar mas sem retirar o papel vegetal.
Servir o pão-de-ló no papel, de preferência no dia a seguir.

Que felicidade! Ficou perfeitinho. Húmido por dentro sem, no entanto, estar líquido e com aquele maravilhoso sabor a doce de ovos.
Realmente, não há nada como a doçaria portuguesa.

Pão-de-ló de Alfeizerão - individual

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‘Pão-de-ló de Alfeizerão’... versión individual



Pão-de-ló de Alfeizerão - individual

Pão-de-ló de Alfeizerão’, una reliquia que representa, y muy bien, la repostería conventual portuguesa.

Suele estar hecho en moldes grandes, pero como solo había dos golosos, he intentado prepararlo en porciones individuales.

Por su textura, suelo decir que es como un ‘mi-cuit’ versión portuguesa. Sin chocolate pero con el centro muy húmedo, debido a su corto tiempo de cocción, y un sabor incomparable.

Así ha sido mi diálogo con T (de nacionalidad francesa):

- Sandra, haces Pastéis de Nata?
- Otra vez? Siempre que vienes a casa los hago, y este mes ya van 3 tartas.
- Pero es tan bueno...
- Si, pero no. Está decidido. Los portugueses pueden estar muy felices contigo y agradecidos. Sabes apreciar y das valor a nuestros Pastéis de Nata, pero ha llegado el momento de pasar a otra cosa. No hay solo Pastéis de Nata en Portugal.
- Ah?
- Vas a probar pão-de-ló.
- Pardon?
- PÃO-DE-LÓ...o ‘mi-cuit’ portugués. ‘Bom, je t’expliques’...y así le conté una historia portuguesa en francés (y para vosotros en español).

El Pão-de-ló de Alfeizerão, tal como hoy lo conocemos, es un dulce de convento que fecha del siglo XIX que en realidad, ha surgido de la distracción de una cocinera en estrés.
‘Dice la tradición, que la receta del Pão-de-Ló pertenecia a las monjas del Convento de Cós y habría sido trasmitida a algunas señoras de la tierra que en días de fiesta confeccionaban esta receta original. Un día, el Rey D. Carlos há hecho una visita a esta localidad y enseguida llamaron a una de estas señoras para que confeccionase un Pão-de-Ló para el Rey. Tal era el deseo de servirlo bien, que la cocción quedó incompleta! Al revés de lo que se esperaba, este desbarajuste resultó en un enorme éxito que ganó la preferencia del Rey y el aplauso de los presentes. Así estaba descubierto, el Pão-de-Ló de Alfeizerão.’

Ingredientes (4 boles de 10 cm de diámetro):

50 g de azúcar
3 yemas
1 huevo
25 g de harina

Calentar el horno a 180 ºC.
Batir el huevo y las yemas con el azúcar hasta obtener una crema fuerte y sedosa. (15 minutos con la batidora eléctrica).
Añadir la harina tamizada, con cuidado y sin batir.
Untar 4 moldes/boles (que puedan ir al horno) con mantequilla y forrar con papel vegetal, también untado. Llenar los moldes con masa, hasta los ¾ de su capacidad.
Hornear  durante 8 a10 minutos (en mi horno han sido 10 minutos).
Sacar del horno y dejar enfriar.
Desmoldar sin quitar el papel vegetal.

Servir el pão-de-ló en el papel, de preferencia el día siguiente.

Qué alegría! Salió perfecto. Húmedo en el centro, sin por lo tanto, resultar demasiado líquido y con su maravilloso sabor.

Efectivamente, no hay nada como la repostería portuguesa.
Pão-de-ló de Alfeizerão - individual



2 comentários:

  1. Sandra, malandra, fizeste-me ir ao Céu e voltar :) Brutalíssimo, que sorte tem o T de ter pessoas como tu. O ‘Pão-de-ló de Alfeizerão é daquelas iguarias de se comer ajoelhada, deste-me uma ideia, vou para a cozinha fazer a tua versão mini, assim não ficamos com a consciência tão pesada. :) Obrigada pela partilha. Abraço enorme.

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    1. Isabel, terrível, eu também lá fui parar (ao Céu) e o T não teve nenhum problema de consciência. Foram logo dois. Já vi peor, à parte o açúcar, nem leva gordura e é só proteína de boa qualidade.
      Abraço,
      Sandra

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